Acessem este hipertexto e conheçam mais: Rádio Greineração
(de DURVAL RABELO GUIMARÃES FILHO)
A PRÁTICA EDUCOMUNICATIVA
Como dissemos antes, pertencemos ao
projeto educomrádio.centro-oeste, que em 2004 iniciou a capacitação de um grupo
de profissionais para trabalhar pedagogicamente com a educomunicação, mais
precisamente, a mídia radiofônica, no nosso caso. Com o início dos estudos,
reunimos um grupo de alunos que se mostrou interessado em participar do
projeto. Interessante relatar que tínhamos trinta vagas e uma procura muito
grande, passamos uma lista e sorteamos os que formariam o primeiro de muitos
grupos de educomunicadores estudantes.
Como
o diálogo e a democracia são fundamentais para nossa prática pedagógica, ao
criarmos o nome de nossa rádio, primeiro relacionamos no quadro diversas
sugestões, que logo foram à votação. Venceu o nome: Rádio Greineração.
Durante
o ano de 2004, os equipamentos definitivos não chegaram. Obtivemos a
autorização do diretor para utilizar a cabine de som do teatro da escola.
Iniciamos então as programações durante os intervalos, no período matutino, e
em dias especiais, como, entre outros, Dia Internacional da Mulher, Dia do
Estudante.
Em
2005, chegaram os aparelhos: uma mesa de som, microfones, toca CD, toca fita e
gravador, transmissor, antena e caixas de som amplificadas com receptores.
Devido a problemas de agenda, não pudemos receber a visita dos técnicos que
montariam os equipamentos com a urgência que nossa expectativa requeria.
Obtivemos autorização para montar os equipamentos, com a ajuda dos estudantes.
Interessante frisar que foram os alunos do vespertino, com o auxílio do
professor, que fizeram a montagem dos equipamentos. A garotada do ensino
fundamental, não havia ainda recebido capacitação, no entanto, engajou-se
também na luta pela educomunicação; inclusive fazendo a produção de programas
musicais, de reportagem e até trechos de uma rádio-novela.
Matutino
e vespertino com suas aulas e programas, utilizando-se da Rádio Greineração,
fez com que, rapidamente, o noturno também se interessasse em participar. Três
turnos com a rádio funcionando, embora não às 24 horas no ar, porém agitava
bastante o ambiente escolar, favorecendo o convívio, incentivando a oralidade e
aprimorando o gosto musical.
Publicamos
no jornal Boca do Greiner on-line[1]
uma série de notícias que ora passamos a reproduzir:
Nome
:
Durval
Filho
Data de publicação : 10/05/05 Prof. Responsável : Durval Filho Série / Turno : Projeto Educomrádio. Centro-Oeste Disciplina : Literatura |
INAUGURAÇÃO DA RÁDIO GREINERAÇÃO FM Aconteceu hoje na Escola Pe. João Greiner, em horário de intervalo, o primeiro programa radiofônico, ao vivo, transmitido por ondas médias. A Rádio Greineração FM é a coroação de um trabalho que vem sendo desenvolvido, desde o ano de 2004, por um grupo de alunos, professores e comunidade. Nossos educomunicadores sentem muita satisfação e uma enorme gratidão com o MEC, USP, Secretaria de Estado de Educação e demais parceiros, como coordenadores, funcionários e direção dessa escola. O programa foi um sucesso e agora estará diariamente no ar, não deixem de conferir. |
|||
Nome
: alunos dos 2ºs anos
Data de publicação : 16/05/05 Prof. Responsável : Valdirene Série / Turno : Disciplina : Português |
INAUGURAÇÃO DA RÁDIO GREINERAÇÃO FM Esta semana aconteceu a inauguração oficial, com transmissão por ondas médias, da rádio da escola, a Greineração FM, que conta com a coordenação do professor Durval Filho e com a participação dos alunos dos 2ºs e 3ºs anos, além de contar com auxílio da comunidade. A transmissão deixou o intervalo bastante agitado com as músicas, notícias do momento e recadinhos apaixonados dos alunos.
Agitação e bom humor são necessários para
uma rádio fazer sucesso, e isso a Greineração provou que tem. Parabéns!
|
|||
No
turno matutino, o grupo de 30 alunos estava pequeno, então decidimos ampliar a
participação, oferecendo o projeto para os três segundos e os dois terceiros
anos do ensino médio. Dividimos as salas em três ou quatro grupos para
primeiramente fazer a reunião de pauta, onde se decidia que gênero radiofônico
cada grupo produziria, depois, cada um criava o nome do programa e gravava a
vinheta de abertura. Escolhiam-se as músicas, as notícias, faziam-se as
entrevistas e gravava-se todo o processo. No final, todos ouviam a produção dos
colegas e promoviam o que chamamos de avaliação crítica. O que importa aqui não
é o resultado final, mas sim a criatividade, a garra em superar os obstáculos e
a oportunidade de se aprender com o erro.
Um
exemplo dessas reuniões de pauta, oportunidade de se buscar uma solução
criativa para produção de programas, foi quando um de nossos alunos sugeriu que
entrevistássemos, no ar, ao vivo, uma repórter que viria nos visitar. Observem
o resultado, na notícia que publicamos:
Nome
:
Durval
Filho
Data de publicação: 17/05/05 Prof. Responsável : Durval Filho Série / Turno : Disciplina : Literatura |
REPÓRTER DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO NOS VISITA
A rádio no dia de hoje teve uma programação
especial, nossos alunos receberam a repórter Vivian que veio fazer uma
reportagem sobre o projeto Educomrádio.centro-oeste.
Foi muito divertido recebê-la em nossa
escola para mostrar nosso trabalho. Um exemplo interessante foi a surpresa
que preparamos para ela, na hora do programa, ao vivo, nossos
educomunicadores fizeram uma entrevista com a repórter, invertemos um
pouquinho os papéis, afinal, estamos todos no mesmo barco, não é: a
comunicação.
Agradecemos pelas respostas criativas e
interessantes que ela nos deixou. Já estamos com saudades. Volte sempre!
|
A
matéria escrita por Vivian de Castro Alves, que reproduziremos trechos,
repercutiu bem. Fora publicada inicialmente nos sites governamentais de Mato
Grosso do Sul: www.sed.ms.gov.br
e www.agenciapopular.com.br.
Logo depois, o próprio site do Educomrádio[2]
reproduziu a matéria: Rádio em escola estadual mobiliza alunos do ensino
médio.
Na escola estadual
Padre João Greiner, a iniciativa veio somar à proposta de desenvolver a
comunicação dos alunos, com trabalhos coletivos. Há uma semana a rádio
Greineraçao FM entrou no ar, com uma programação jovem e variada. Reportagens,
debates, humor e promoções educativas também estão entre os formatos que serão
utilizados. [...] Os alunos foram divididos em três grupos que se alternam nas
atividades. A princípio, os estudantes recebem conhecimentos teóricos sobre
educomunicação e discutem as propostas de programação. Depois fazem treinamento
com o gravador, elaboram roteiros, para, finalmente, usar os estúdios da rádio.
(ALVES, 2005)
Alves
(Idem) que registrou o comentário de alguns jovens passa a nos relatar. Dayane
Persi disse: “Existe muita propaganda nas rádios comerciais. O que queremos é
criar algo com a nossa cara”. Já Pâmela Paz, uma das locutoras, afirmou: “Nós
fazemos de tudo para não imitar ninguém, ter nossa própria identidade”.
A
autora ainda acrescenta:
Apesar dos
treinamentos, a criatividade dos alunos tem sido exercitada quando é necessário
fugir do programa pré-definido. ‘O improviso para nosso grupo fica mais fácil
porque todos são amigos e a comunicação entre nós é boa’, destaca a estudante
Joyce de Souza Almeida. O professor responsável Durval dá liberdade para os
alunos criarem da maneira que julgarem melhor, embora tenham a orientação
permanente dele. ‘No educomrádio, o educador é um mediador no processo de
ensino e aprendizagem e oferece ao aluno o papel de protagonista’, aponta. ‘Eu
explico que o erro faz parte do processo e deixo os alunos à vontade’. [...] ‘A
escola é aberta, então dá oportunidade para todos’, opina o aluno Jonhys Santo
Teles (Idem).
Laura (2005, p. 12) em
matéria publicada no Jornal Em Foco, da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco),
registrou que o projeto Educomrádio. Centro-Oeste “vem diminuindo o índice de
evasão escolar e melhorando o relacionamento entre alunos e professores”.
Braga, apud Laura (Idem), que é gestora do ensino médio em MS, afirma: “O
Educomrádio é um projeto de cultura à não-violência, que ajuda o aluno a criar
uma visão crítica sobre o que está acontecendo na sociedade.”
Sobre
a nossa rádio, a repórter expõe:
A Greineração FM está
no ar há quase quatro meses e cerca de 100 alunos participam ativamente da
rádio que conta com uma programação bastante variada, com reportagens e debates
que falam sobre assuntos relacionados à comunidade escolar, do bairro e da
cidade (Idem).
Referindo-se
às nossas palavras, Laura registra: “O projeto veio trazer uma nova visão para
a escola, veio para quebrar aquela hierarquia entre professor e aluno [...] Os
alunos ficam mais próximos da mídia e, sendo assim, fica mais fácil entendê-la
e mais difícil de ser manipulado pela mesma”. Dando voz a um aluno da escola, a
matéria de Laura (Idem), reproduz as palavras de Wefferson Borges da Cruz, de
18 anos: “Participar da rádio é uma das coisas que mais gosto de fazer na vida.
[...] às vezes eu pego meu violão e faço um som ao vivo na rádio”.
Wefferson
tornou-se, inclusive, um parceiro, visto que em dia de programação especial,
com músicas ao vivo, musicou uma letra de nossa autoria e cantou-a para toda a
escola. Interação entre professor e alunos e entre alunos-alunos que faz com
que a postura educomunicativa se aproxime muito da pedagogia defendida por
Paulo Freire, autor amplamente estudado no capítulo primeiro.
O
depoimento de Wefferson ficou também registrado no site da USP, na página do
Educomrádio[3], então,
a fim de provar o quanto foi benéfico ao aluno a interação com o professor e
com os seus colegas, através da rádio no ambiente escolar, reproduzimos um
trecho:
Wefferson Borges,
aluno do 2º ano, é um dos beneficiados desse caráter coletivo do Educomrádio.
Matriculado na Greiner desde o ano passado, informa que não era bem acolhido
pelos colegas. ‘Ninguém gostava de mim na escola, diziam que eu era
playboizinho’, explica o adolescente. Segundo Wefferson, o fato de os
estudantes do Greiner – em sua maioria – proceder de famílias de baixo poder
aquisitivo, era discriminado. ‘Depois eu fiz um show na escola e dediquei uma
música ao professor Durval, do Educomrádio, que eles passaram a gostar de mim’,
aponta o violonista, que é sonoplasta da rádio (EDUCOMRÁDIO, 2005).
Ainda,
segundo a mesma matéria (Idem), registraremos vários comentários de estudantes
para provar, mais uma vez, o nosso ponto de vista que vê na prática
educomunicativa muitos benefícios aos educandos. “Jonhys Santo Teles, aluno do
segundo ano do ensino médio, diz que sua participação no Educonrádio fez com
que melhorasse a gramática. ‘A gente tem que fazer jingles, vinhetas,
produção’”.
Na
continuidade do mesmo texto:
Já Paulo Sérgio
Carniate Paes, estudante integrado no projeto desde o início e que faz a
sonoplastia e produção na rádio Greineração, diz que, como pretende prestar
vestibular para engenharia mecatrônica, os conhecimentos adquiridos com o
projeto deram-lhe uma noção básica (Idem).
A USP, na página do
Educomrádio, trouxe também uma notícia, com o título: O sucesso[4] da
Rádio Greineração:
O Prof. Durval de Mato Grosso do Sul, cursista do Projeto
Educomradio.centro-oeste, dá testemunho do que a proposta da educomunicação tem
propiciado em sua escola: ‘Com certeza os nossos intervalos não são mais os
mesmos, estão muito mais dinâmicos e divertidos. Os alunos que participam na
produção dos programas sentem-se importantes porque eles se comunicam com o
restante da escola (são os artistas da rádio, em suas várias funções). Aqueles
que são mais tímidos, já estão mais falantes e os ‘ativos’ demais estão
aprendendo a organizar melhor seus discursos e a respeitar mais os colegas.
Quanto aos professores, a maior parte dá a maior força ao projeto e participa
colaborando sempre que podem. A comunidade e demais funcionários da escola já
se acostumaram e curtem também conosco esta nova realidade da nossa escola, a
Rádio Greineração’.
Aquela
consciência política tão necessária para se consolidar uma sociedade melhor
deve acompanhar todos no ambiente escolar, desde professores, administradores,
coordenadores, diretores, pais e, principalmente, alunos. Exemplo importante a relatar é sobre um convite
que um grupo de alunos de nossa escola recebeu a propósito de se discutir o
futuro do jovem na elaboração de um projeto de lei. No Boca do Greiner on-line[5],
Dias (2005), um de nossos alunos, escreveu:
Nome
: Luiz
Henrique C. Dias
Data de publicação: 01/11/05 Prof. Responsável : Durval Filho Série / Turno : 2º A Disciplina : Educomrádio.centro-oeste |
O FUTURO DO JOVEM, COMO SERÁ? Aconteceu ontem, no plenário da Câmara dos Deputados, na Assembléia Legislativa, uma audiência pública que visava discutir e debater algumas questões de um projeto de lei, o Plano Nacional da Juventude.
Neste encontro, que reuniu estudantes e
autoridades de todo o estado, foram discutidos diversos temas, todos buscando
melhorias a favor dos jovens.
Após abertura do evento, nos reunimos em
vários grupos de estudo, a fim de debater questões relacionadas aos jovens. O
nosso grupo debateu sobre comunicação e tecnologia. Momento ao qual revisamos
e ampliamos o texto da lei que será votada em Brasília.
A Escola Estadual Pe. João Greiner mostrou
aos demais do grupo um pouco da experiência nesta área, inclusive
apresentando a gravação de um programa de rádio feito pelos estudantes.
Propomos também a valorização do protagonismo juvenil na utilização da mídia
através da educomunicação e a capacitação dos professores na utilização dos
recursos tecnológicos, sem esquecer de cobrar recursos para a manutenção dos
equipamentos.
Fizemos a nossa parte, agora vamos exigir
das autoridades mais atenção aos jovens estudantes.
|
No final do ano de 2005, fizemos em nossa rádio um concurso
a fim de motivar a audiência e a participação de toda a escola num concurso.
Publicamos então Resultado parcial do primeiro concurso de rádio, onde
se lê:
Os programas de rádio
dos alunos da Escola Estadual Pe. João Greiner, participantes do concurso da
Rádio Greineração, foram um sucesso de público e muito pedagógicos também.
Claro que alguns grupos tiveram dificuldades em dominar a tecnologia, mas
justamente por procurarem enfrentar os obstáculos e superá-los aprendeu-se
muito. Os jovens, neste primeiro momento, competiram para escolher o melhor
programa de cada série. Os resultados foram os seguintes: de um total de 123
votos, os 1º C/D obtiveram 60,1 %. O 2º A foi o ganhador da sua categoria numa
eleição que compareceram 126 eleitores. Com 131 votantes, a disputa dos 3º anos
foi a mais disputada, com o placar sempre próximo do empate, onde cada uma das
turmas revezava na liderança. O resultado final da categoria foi 51,9% para o
3º B contra 48% para o 3º A
(GUIMARÃES FILHO, D. R. 2005)[6].
Na competição final, a
grande vencedora foi a turma do 2º A, seguida pelo 3º B. tendo como terceiro
lugar, 1º C/D. A prática educomunicativa demonstrada neste exemplo juntou a
rádio e a Internet, visto que a votação foi feita utilizando-se dos
computadores, por intermédio de uma enquete, através do site da escola.
Como pudemos observar
pelas notícias publicadas, nossos jovens estudantes agitaram a área de
comunicação da escola. Experiência enriquecedora que continuaremos a expor
adiante, oportunidade em que analisaremos a criação do nosso site.
[1] Publicado no jornal Boca on-line. Disponível
em:
<http://bocadogreiner.vilabol.uol.com.br/arquivo-bocaon-line-2005.html>
Acesso em: 6 nov. 2006.
<http://143.107.254.103/educomradio/centro-oeste/noticias/noticia2.asp?cod_not=491>
Acesso em: 30 out. 2006.
[3] Disponível em: http://www.usp.br/educomradio/centro-oeste/noticias/noticia2.asp?cod_not=492>
Acesso em: 30 out. 2006.
[4] Site da USP. Disponível em: http://www.usp.br/educomradio/noticias/noticia2.asp?cod_not=1542>
Acesso em: 30 out. 2006.
[5] Publicado no jornal Boca do Greiner
on-line. Disponível em:
<http://bocadogreiner.vilabol.uol.com.br/arquivo-bocaon-line-2005.html>
Acesso em: 30 out. 2006.
[6] Publicado por nós no jornal Boca
on-line. Disponível em:
<http://bocadogreiner.vilabol.uol.com.br/arquivo-bocaon-line-2005.html>
Acesso em: 30 out. 2006.